Já pensou em utilizar uma técnica que te ajude a engajar colaboradores e a reforçar a mensagem de sua marca para o público? É isso que o storytelling corporativo pode fazer pela sua empresa. Isto é, seja na estratégia de gestão, na liderança ou na forma como a marca interage com os leads, esta técnica pode impulsionar o engajamento. Em outras palavras, ajuda a reforçar o valor e a missão das organizações.
Você já deve ter visto o termo storytelling na web. Em tradução livre, significa contar histórias, mas não apenas contá-las: fazer isto de uma maneira que prenda a atenção de quem a recebe. Este é um recurso muito antigo, que atravessa a história da humanidade. Bons contadores de histórias sempre existiram, o que mudaram foram os recursos para fazê-las correr o mundo.
Com a chegada da transformação digital e o aumento expressivo da quantidade de conteúdos que podemos acessar na rede, conquistar a atenção de uma audiência – seja ela qual for – tornou-se um desafio ainda maior. Já não basta fazer o básico: é preciso engajar e encantar para comunicar com clareza o que se pretende.
Com pessoas cada vez mais engajadas nas redes, a capacidade de gerar identificação entre quem conta e quem recebe é fundamental. Foi o que, brilhantemente, fez a Johnnie Walker, em uma peça publicitária, anos atrás, por exemplo. A história contada apresenta todos os passos da chamada Saga do Herói, de Joseph Campbell – presente em diversos roteiros de séries e filmes cinematográficos.
Há um chamado e trajetórias que informam o lugar e as dificuldades enfrentadas até se alcançar o sucesso. Isto gera identificação e admiração do público. Não fala diretamente de uísques, mas entrega o valor da marca. Os elementos subjetivos ali estão e foram reforçados graças a uma boa história. Eles prendem e fazem com que o público se interesse em saber como ela termina.
Existem diferentes maneiras e ferramentas para se fazer isto: pode ser a criação de um vídeo, como no exemplo citado acima, mas também por meio de um treinamento simples, sem o uso de power point na apresentação. O ponto é: qual história eu quero contar e por que meus colaboradores sentiriam vontade de passá-la adiante? Ela gera identificação? Cativa?
Se os colaboradores não se sentem conectados com a missão, visão e valores que uma corporação deseja transmitir, isto dificilmente chegará ao consumidor final. Além disso, por meio de boas histórias é que o receptor consegue se imaginar dentro delas. Assim, é possível emocionar-se e sentir orgulho em pertencer.
Seja voltado ao ambiente corporativo ou utilizado em outro contexto e finalidade, o storytelling conta sempre com pelo menos 4 elementos básicos: mensagem, ambiente, personagem e conflito. É preciso pensar na jornada dos protagonistas das histórias, considerando os desafios e o cenário que compõem a narrativa.
Tudo isto ajuda a gerar identificação por parte de quem lê ou ouve a história. A técnica pode ser usada em diferentes situações: de apresentações e palestras a estratégias de comunicação. Ao recorrer ao storytelling corporativo, é importante se perguntar: a história que vou contar é cativante a ponto de ficar guardada na memória de quem a escuta? Desta forma, temos o primeiro passo definido para decidir como contá-la.
O storytelling corporativo deve ser utilizado na comunicação interna, mas também externa, informando ao público com quem a empresa se relaciona quais são os valores da marca. Para isto, é preciso considerar a força da presença digital das empresas. A crise causada pela COVID-19, por exemplo, deixou claro o quanto quem investiu antes nesta estratégia adaptou-se melhor à nova realidade.
Após a difusão dos smartphones, a presença das pessoas nas redes sociais digitais é cada vez mais frequente. Depois disto, tudo ficou a um clique e busca no Google. A relação entre marcas e consumidores têm mudado radicalmente nos últimos anos. Novos forma tos de conteúdo como podcasts e vídeos têm ajudado a engajar mais. A sexta edição da pesquisa Video Viewers, levantamento encomendado pelo Google, realizado com 2 mil pessoas, apontou que nos últimos cinco anos, o consumo de vídeo online cresceu 165% no Brasil .
Utilizar estas novas linguagens para contar boas histórias sobre como a sua empresa ou marca obteve sucesso ou para informar o que ela entrega – e lembrando que esta entrega passa por elementos subjetivos e não apenas pelo produto final – por meio da técnica de storytelling ajuda a gerar identificação com o público.
Antes de pensar em contar boas histórias a clientes e prospects, é preciso certificar-se de que a sua equipe também compartilha delas. Se isto não estiver claro para sua equipe, certamente não chegará aos seus leads e menos ainda ao seu cliente final.
É preciso gerar orgulho em fazer parte do time. Da mesma forma, no âmbito do marketing, contar a melhor história ajudará a vendê-la e as empresas estão cada vez mais atentas a isto.
A sociedade e as corporações transformam-se a passos cada vez mais largos. O mercado de trabalho já conta com os chamados nativos e imigrantes digitais , termo utilizado pela primeira vez em 2001, pelo professor e educador Mark Prensky para designar os jovens que sentem-se mais confortáveis em relação ao uso da tecnologia. Em breve, o mercado absorverá ainda a chamada Geração Alpha, nascida, portanto, em um mundo 100% digital, em que a relação com o analógico quase não existirá.
O convívio entre gerações e as próprias mudanças tecnológicas já são sentidas no convívio social, e consequentemente, provocam transformações no âmbito das culturas empresariais – que já não podem mais ser tão engessadas ou protocolares como no passado.
Concluindo: se por um lado, o avanço da tecnologia tem mudado drasticamente a maneira como interagimos com o mundo e impactado com velocidade cada vez maior os modelos de negócio pelo mundo, a arte de contar boas histórias continuará a nos conectar e encantar. Sobreviverá, entre outros aspectos importantes, quem conseguir cativar e encantar sua audiência e time.