Publicado pelo Grupo Folha, o jornal deixou de existir em 2001 após programas televisivos passarem a adotar o estilo do jornal, roubando a sua audiência.
Certa vez, o jornal aproveitou-se da notícia de que um bebê havia nascido com deformações para criar uma série de reportagens sobre o “Bebê Diabo”. Este foi um dos clássicos desse espirituoso periódico. Mas, por esta e muitas outras histórias bizarras publicadas durante seus quase 40 anos de vida, o NP elegeu diversos desafetos, inclusive entre jornalistas, que o acusavam de exagerar e inventar informações.
Curioso notar a quantidade de contos “Bebês Diabos” que encontramos hoje na internet. São “notícias”, cujo título pouco tem relação com o conteúdo da matéria, uma vez que são escolhidos propositadamente para atrair a atenção de quem navega por ali.
A geração pode ser outra, mas notícias sensacionalistas continuam vendendo bem. Em uma época em que a audiência dos veículos de comunicação é medida, principalmente, por meio de clicks, apelar para chamadas com conotação sexual e de violência voltou a ser uma estratégia.
A isca para levar o leitor ao portal de notícias é, geralmente, lançada nas redes sociais, onde pessoas compartilham, comentam, fazem julgamentos sem ao menos ler todo o texto.
Embora fosse bastante vendido, a imagem do NP sempre foi a de um veículo que não se deveria levar a sério. Agora, o que preocupa nos dias atuais – talvez por conta da crise que passa a mídia em todo o mundo – é ver publicações de reputação íntegra seguindo – em alguns momentos – a mesma técnica do NP com o único objetivo de aumentar sua audiência.
Essa realidade prejudica ainda mais a imagem da imprensa como um todo e colabora para a desvalorização dos profissionais da comunicação. Clicks são importantes, mas que sejam para acessar informações de qualidade e não fábulas.