Pessoas públicas e empresas compartilham suas próprias histórias há centenas de anos. Uma das primeiras talvez tenha sido o “Almanaque do Pobre Richard“, de Benjamin Franklin, nos Estados Unidos. Lançado anualmente, entre 1732 e 1758, o material tinha um objetivo maior: promover seu negócio em impressão e edição. Considerado um dos “pais fundadores” dos Estados Unidos, Franklin foi também um importante editor de jornais nos EUA. Outro exemplo é a revista The Furrow, criada em 1895 pela John Deere. De certa forma, estes poderiam ser considerados como pioneiros no marketing de conteúdo. De certa forma…
O termo “marketing de conteúdo”, como é conhecido hoje, ainda estava longe de ser criado. O conceito é recente, desenvolvido no século atual. E tem um ponto primordial atrelado, sobre o qual Franklin não conseguia prever naquela época: o marketing de conteúdo é direcionado especificamente ao público-alvo de uma marca. Seu surgimento está ligado a uma estratégia para suprir algo que o marketing tradicional não conseguiu alcançar: envolver sua audiência de forma direta. Vamos conhecer em detalhes como este conceito se desenvolveu ao longo das últimas décadas.
O marketing de conteúdo tinha tudo para crescer verticalmente entre as décadas de 1960 e 1980, como bem retrata a série Mad Men. Com a televisão se tornando um veículo de massa, organizações podiam se aproveitar da quantidade de pessoas ligadas e divulgar suas marcas de uma forma positiva. Entretanto, ao contrário de propagandas e comerciais de TV, que lançavam – e ainda lançam – novidades para as pessoas, independentemente de estarem interessadas ou não, o conceito deste “novo marketing” consiste em captar o interesse de personas de uma forma sutil e não interruptiva.
Propagandas durante seu programa favorito de TV ou presentes na sua revista de negócios preferida fazem com que você interrompa o que estava fazendo. O marketing de interrupção vigorou durante décadas com seus “quatro Ps”. Produto, Preço, Praça e Promoção. Se você, leitor, tem mais de 30 anos, com certeza já deve ter recebido ligações de alguma empresa interessada em vender um produto no qual você não possuía o menor interesse. Caso contrário, sorte a sua! Saiba que é uma exceção neste louco mercado.
O marketing viveu um caso de amor com a comunicação de massa por muitos anos! Um determinado produto era lançado. Era então uma questão de persuadir as pessoas a comprarem. Grandes corporações midiáticas detinham enorme poder, enquanto as empresas anunciavam por meio de seus veículos. Até que… os hábitos das pessoas começam a mudar. O advento da internet e a evolução tecnológica – além de sua inclusão – começam a alterar completamente tal lógica que permaneceu intacta por tanto tempo.
A partir do fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, as redes de internet começaram a ser ampliadas no mundo inteiro. As marcas puderam encontrar seus clientes de uma forma direta, sem depender do meio de campo realizado pelos veículos de comunicação. Em vez de investir em propagandas em canais de terceiros, as empresas enxergaram a possibilidade de criar seus conteúdos, com relevância, dentro de seus próprios canais. Não era mais necessário investir em veículos de comunicação, se o intuito era apenas esse.
Uma das formas mais aplicadas no marketing de conteúdo passou a ser o blog. Inúmeras organizações começaram a criar seus blogs, por um motivo. Sua relevância é muito clara. É um dos excelentes canais para a fidelização de seu cliente, por meio de conteúdo relevante. Mas está longe de ser a única. Companhias passaram a se posicionar nas redes sociais, utilizando-as como forma de trazer novidades aos clientes. Quer maneira melhor de atingir seu público-alvo? Mídias sociais como Facebook e LinkedIn permitem que você direcione o seu conteúdo a quem deseja. Apenas aos seus seguidores ou apenas a um determinado grupo de pessoas.
A evolução do marketing de conteúdo atingiu hoje os “oito Ps” – além dos quatro anteriormente citados, agregam-se Pessoas, Processos, Posicionamento e Performance. Você deve levar em conta sua audiência, não podem ser caminhos separados hoje em dia. O conteúdo deve ser relevante para o público certo. Escrito por alguém que goste do tema e que o entenda ao mesmo tempo. Com todas essas condições atendidas, temos o mix perfeito de conteúdo, como mostra o diagrama abaixo, desenvolvido pela Hotwire:
Hoje é notável a quantidade de pessoas que não aceitam mais o marketing de interrupção. Temos um exemplo claro disso: o surgimento dos famosos ad-blockers. São extensões que filtram conteúdos e anúncios, fazendo com que os recep tores não tenham que passar por essa situação de tentarem assistir a um vídeo no YouTube, por exemplo, e serem interrompidos por uma propaganda a cada 10 minutos.
O surgimento do marketing de conteúdo foi extremamente positivo. Tanto para as marcas quanto para as pessoas. O conteúdo pode ser voltado para as personas certas, enquanto as pessoas não são mais bombardeadas por anúncios de todos os lados.
O vídeo abaixo resume bem a história do marketing de conteúdo. De uma forma metalinguística, aliás, por se tratar também de marketing de conteúdo. Curioso, não? Assista, para sanar o interesse e conhecer um pouco mais sobre essa vertente.